O campo
eletromagnético é um fenômeno que envolve o campo
elétrico e o campo magnético variando no tempo. As ondas eletromagnéticas são uma
consequência da formação do campo eletromagnético, e se propagam através do
vácuo com a velocidade da luz. Elas são portadoras de energia, e quando se
propagam no espaço, podem transferir energia para corpos que se encontram em
sua trajetória. Estas ondas são geradas por cargas elétricas que oscilam, ou
seja, quando temos campos elétrico e magnético oscilante e perpendiculares
entre si e à direção da propagação da onda, sendo consideradas ondas
transversais. Nos últimos anos tem havido crescente preocupação sobre a
possibilidade de ocorrência de efeitos adversos à saúde humana por exposição a
campos eletromagnéticos de radiofreqüência, como os emitidos por aparelhos de
comunicação sem fio. Atualmente, o número estimado de assinaturas de telefones
celulares em todo o mundo é de 5 bilhões. Um Grupo de pesquisadores da OMS/IARC
(Organização Mundial da Saúde/Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer)
de 14 países se reuniu em Lyon (França) para avaliar o perigo cancerígeno
potencial da exposição a campos eletromagnéticos de radiofreqüência. O Grupo
discutiu a possibilidade de que essa exposição possa induzir efeitos à saúde a
longo prazo, em particular o aumento do risco de câncer. Isto tem relevância para
a saúde pública, principalmente para usuários de celulares, em razão do grande
número de usuários e seu aumento a cada ano, especialmente entre jovens e
crianças.
O
Grupo avaliou centenas de artigos científicos, incluindo dados de exposição,
estudos de câncer no ser humano, estudos em animais de experimentação, dados
mecanísticos e outros, e revisou criticamente a evidência de carcinogenicidade.
Foram discutidos e avaliados os artigos
Segundo
as categorias:
Exposição
ocupacional a radares e microondas,
Exposição
ambiental associada à transmissão de sinais de rádio, televisão e
comunicação
sem fio
Exposição
individual associada com o uso de telefones sem fio .
Após
avaliar criticamente os estudos, concluíram que existe evidência limitada
1.
Decarcinogenicidade para glioma e neurinoma (tumor no nervo auditivo -
“acoustic neuroma”)entre usuários de telefones sem fio, e evidência inadequada.
2.
Para concluir sobre outros tipos de
câncer. As evidências para exposição ambiental e ocupacional foram consideradas
inadequadas. O Grupo não quantificou o risco, no entanto, um estudo sobre uso
de celular(até 2004), mostrou um aumento de 40% no risco para glioma, um tipo
maligno de câncer
cerebral,
na categoria de usuários considerados “pesados” (média de 30 minutos por dia
durante 10 anos). Assim, com base na avaliação, a OMS e a IARC classificaram os
campos eletromagnéticos de radiofreqüência como possíveis cancerígenos humanos
(Grupo 2B), baseado no aumento de glioma associado com o uso de telefone sem
fio. Segundo o Dr Jonathan Samet, coordenador do Grupo, “as evidências, ainda
que continuem se acumulando, são fortes o suficiente para suportar a conclusão e
a decidir pela classificação 2B.
Isto
significa que pode haver algum risco e, portanto, a relação entre risco para
câncer e celulares será acompanhada de perto. Para o diretor da IARC, Christopher
Wild, em razão das possíveis conseqüências para a saúde humana desta
classificação é importante que sejam conduzidas novas pesquisas sobre o uso
“pesado” de celulares. Enquanto se aguardam tais informações, é importante
tomar medidas pragmáticas para reduzir a exposição, como uso preferencial de
mensagens de texto e fones de ouvido ou viva-voz. Esta avaliação será publicada
na série IARC Monographs, que identifica fatores ambientais que podem aumentar
o risco de câncer humano, incluindo substâncias químicas, misturas, exposição
ocupacional, agentes físicos, químicos e biológicos, e fatores do estilo de
vida.
Mais
de 900 agentes foram avaliados desde 1971, dos quais cerca de 400 foram
identificados como
cancerígeno
ou potencialmente cancerígeno para o ser humano. Um artigo resumido, com as
conclusões do Grupo da IARC e a avaliação do perigo cancerígeno para campos
eletromagnéticos de radiofreqüência (incluindo o uso de celulares) foi
publicado na revista The Lancet Oncology em julho de 2011.
1.
Evidência limitada de carcinogenicidade: foi observada uma associação positiva
entre exposição ao agente e câncer para a qual a interpretação causal é considerada
pelo Grupo como provável , mas não se pode descartar erros ou fatores de
confusão.
2.
Evidência inadequada de carcinogenicidade: os estudos disponíveis são de
qualidade questionável ou têm consistência estatística insuficientes para
permitir uma conclusão quanto a associação causal entre a exposição e câncer,
ou não há dado disponível de câncer no ser humano.
Estamos
reféns da tecnologia e aparelhos, já não podemos viver sem isso e a comodidade
que tudo isso nos trás.
Mas
a medida que as coisas avançam seja no campo de tecnologia, eletrodomésticos,
eletroeletrônicos, telefonia e etc, estamos sujeitos e cada vez mais expostos e
não imunes a doenças causadas por campos eletromagnéticos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário