Loxosceles é
um genêro de aracnídeos venenosos pertencentes
à família Sicariidae,
conhecidos pela sua picada necrosante.
Os
membros deste géneros são conhecidos pelos nomes comuns de aranhas-marrom (Brasil)
ou aranhas-violino (Portugal).
Descrição:
As espécies do
género Loxosceles têm um comprimento total de 3 a 4 cm,
sendo que um terço é o corpo, de coloração típicamente acastanhada. Apresentam
seis olhos, de cor esbranquiçada. Algumas apresentam o desenho de uma estrela
no cefalotórax. As teias são irregulares,
tendo como característica a peregrinação noturna e a alta atividade no verão.
Durante o dia permanecem escondidas sob cascas de árvores e folhas secas de
palmeira - na natureza - ou atrás de móveis, em sótãos porões e garagens - no
ambiente doméstico.
A
aranha marrom é um aracnídeo que possui três pares de olhos, o corpo
marrom-avermelhado e é venenoso .
Principais espécies:
A
última revisão das espécies de Loxosceles na América do Sul foi feita por
Gertsch em 1958 e 1967. Estão catalogadas cerca de 30 espécies para o aquele
continente, entre as quais:
- Loxosceles similis (Moenkhaus,
1898) — primeira espécie de Loxosceles encontrada no
Brasil. Vive nos estados do Pará, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do
Sul. Conhecida também por L. surata (Simon, 1977).
- Loxosceles rufescens (Dufour,
1820) — originária da região do Mediterrâneo, Norte da África e
Europa. Conhecida também por L. exortis (Simon,
1881), L. indrabeles (Tikader, 1963), L.
distincta (Lucas, 1846) e L. marylandica (Muma,
1944).
- Loxosceles
rufipes (Lucas, 1834) — encontrada na
Colômbia, Chile, Guatemala e Panamá.
- Loxosceles
variegata (Simon, 1897) — encontrada no
Paraguai.
- Loxosceles
spadicea (Simon, 1907) — encontrada no
Peru, Bolívia e Argentina.
- Loxosceles lutea (Keyserling,
1877) — encontrada na Colômbia e no Equador. Conhecida também
por L. pictithorax(Strand, 1914).
- Loxosceles
amazonica (Gertsch, 1967) — encontrada
no norte e no nordeste do Brasil. Tem o colorido marrom, com o cefalotórax
e pernas menos pigmentadas, além do abdome mais próximo ao preto.
- Loxosceles
gaucho (Gertsch, 1967) — encontrada
na Tunísia e no Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul).
- Loxosceles
intermedia (Mello-Leitão, 1964) —
encontrada na Argentina e no Brasil (região Sudeste, Sul e no estado de
Goiás). Conhecida também por L. ornatus (Mello-Leitão,
1938) e L. ornata (Mello-Leitão, 1941).
- Loxosceles laeta (Nicolet,
1849) — encontrada na América do Sul (No Brasil na região Sul,
Sudeste e no estado da Paraíba), Finlândia e Austrália. Conhecida também
por L. bicolor (Holmberg, 1876), L. longipalpis (Banks,
1902), L. nesophila (Chamberlin, 1920) e L. yura (Chamberlin
& Ivie, 1942)
- Loxosceles reclusa (Gertsch
& Mulaik, 1940) — encontrada na América do Norte, principalmente
nos EUA (Nos
estados do Texas, Kansas, Missouri, Oklahoma e California). Apresenta uma
linha preta na porção dorsal do seu tórax, gerando o apelido de
"Aranha Violino".
- Loxosceles
adelaida (Gertsch, 1967) — encontrada
no Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), Paraguai e Argentina.
- Loxosceles
hirsuta (Mello-Leitão, 1961) —
encontrada no Brasil (São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas
Gerais), Paraguai, Argentina e Bolívia.
Forma e conseqüência dos ataques:
São
aranhas pouco agressivas, dificilmente atacam pessoas. As picadas ocorrem como
forma de defesa, quando macho ou fêmea (ambos peçonhentos) são comprimidos
contra o corpo, durante o sono, no momento do uso das vestimentas (calçando um
sapato, por exemplo) ou no manuseio de objetos de trabalho (como enxadas e pás
guardadas em locais escuros).
No
ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível.
Depois de 12 a 14 horas ocorre um inchaço acompanhado de vermelhidão na região
(edema e eritema, respectivamente), que pode ou não coçar. Também pode ocorrer
escurecimento da urina e febre. Os dois quadros distintos conhecidos são o
loxoscelismo cutâneo (o que normalmente ocorre, onde há a picada na pele) e o
cutâneo-visceral (com lesão cutânea associada a uma hemólise intravascular).
Com
o avanço (sem tratamento) da picada, o veneno (dependendo da quantidade
inoculada) pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns
casos, morte. Somente foram detectados casos de morte - cerca de 1,5% do total
- nos incidentes.
Tratamento:
Logo
após a picada é indicado lavar o local com água e sabão abundantes e não fazer
torniquetes, para evitar a gangrena do veneno e minimizar os efeitos da
necrose. É interessante que a região da picada fique em repouso, dificultando a
absorção do veneno. Não convém furar, cortar, queimar ou espremer. Também não é
indicado fazer sucção no local da ferida nem aplicar extratos naturais. Não se recomenda
a ingestão de bebidas alcoólicas. O procedimento padrão é levar a vítima ao
serviço de saúde próximo o mais rápido possível, levando a aranha (morta ou
viva) para identificação de espécie e confirmação da necessidade de soro. Vale
lembrar que tais procedimentos servem para qualquer ataque de animal
peçonhento.
O
soro utilizado para combater a picada desta aranha é composto de
Antihistamínico/anticolinesterásico/dapsona e 5
ampolas de soro antiaracnideo polivalente ou soro antiloxosceles EV, que deverá
ser ministrado ao paciente até 36 horas depois do acidente com a aranha.
Combate:
O predador natural da
aranha-marrom (Loxosceles sp.) é a lagartixa (Hemidactylus mabouia).
Contudo,
ela sozinha não é capaz de exterminá-las.
A
região sul do Brasil (Paraná principalmente)
tem sofrido com o ataque destas aranhas, cerca de 3000 acidentes somente em
2004. Um relatório de um Instituto de Saúde de Minas Gerais, mostra que foram
encontradas aranhas-marrons do gênero Loxosceles em algumas casas da Grande
Belo Horizonte, onde esta aranha estaria extinta desde 1917, e teoricamente
somente existiria em cavernas.
O
aumento da urbanização juntamente com o da população, proporcionou novos locais
para as aranhas crescerem e se reproduzirem, consequentemente aumentando os
encontros com humanos.
Como evitar ocorrências:
- Limpe com frequência
atrás de móveis como armários, cabeceiras de camas,embaixo de pias de
banheiro, baús, cômodas e quadros.
- Bata as roupas antes de
vesti-las, principalmente os sapatos.
- Evite entrar em
cavernas, casas abandonadas, depósitos, etc.
- É importante lembrar
que a fêmea normalmente possui o abdomem aproximadamente 2x maior que o
macho.
No caso de alguma ocorrência:
- Não toque diretamente
na aranha. Tente pegá-la com luvas ou papeis grossos.
- Isole o local com um
pano escuro e grosso.
- Evite matar a aranha.
Chame os bombeiros ou o Centro de Controle de
Zoonoses mais próximo de sua casa. Tentar
matá-la pode ocasionar em um ataque acidental.
Espécies:
Estão
validamente descritas cerca de 100 espécies do género Loxosceles,
entre as quais:
- Loxosceles
accepta Chamberlin, 1920 — Peru
- Loxosceles
adelaida Gertsch, 1967 — Brasil
- Loxosceles
alamosa Gertsch & Ennik,
1983 — México
- Loxosceles
alicea Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
amazonica Gertsch, 1967 — Brasil
- Loxosceles
anomala (Mello-Leitão, 1917) —
Brasil
- Loxosceles
apachea Gertsch & Ennik,
1983 — USA,
México
- Loxosceles
aphrasta Wang, 1994 — China
- Loxosceles
aranea Gertsch, 1973 — México
- Loxosceles
arizonica Gertsch & Mulaik, 1940 —
USA
- Loxosceles aurea Gertsch,
1973 — México
- Loxosceles baja Gertsch
& Ennik, 1983 — México
- Loxosceles
barbara Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles belli Gertsch,
1973 — México
- Loxosceles
bettyae Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
blancasi Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
blanda Gertsch & Ennik, 1983 —
USA
- Loxosceles boneti Gertsch,
1958 — México, El
Salvador
- Loxosceles
candela Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
caribbaea Gertsch, 1958 — Grandes Antilhas
- Loxosceles
carmena Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
chinateca Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
colima Gertsch, 1958 — México
- Loxosceles
conococha Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
coquimbo Gertsch, 1967 — Chile
- Loxosceles
coyote Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
cubana Gertsch, 1958 — Cuba, Bahamas
- Loxosceles
deserta Gertsch, 1973 — USA, México
- Loxosceles devia Gertsch
& Mulaik, 1940 — USA, México
- Loxosceles
fontainei Millot, 1941 — Guiné
- Loxosceles
foutadjalloni Millot, 1941 — Guiné
- Loxosceles
francisca Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
frizzelli Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
gaucho Gertsch, 1967 — Brazil, Tunísia
- Loxosceles
gloria Gertsch, 1967 — Equador,
Peru
- Loxosceles
guatemala Gertsch, 1973 — Guatemala
- Loxosceles
harrietae Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
herreri Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
hirsuta Mello-Leitão, 1931 —
Brasil, Paraguai,Argentina
- Loxosceles
huasteca Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
immodesta (Mello-Leitão, 1917) — Brasil
- Loxosceles inca Gertsch,
1967 — Peru
- Loxosceles
insula Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
intermedia Mello-Leitão, 1934 — Brasil,
Argentina
- Loxosceles jaca Gertsch
& Ennik, 1983 — México
- Loxosceles
jamaica Gertsch & Ennik, 1983 — Jamaica
- Loxosceles
jarmila Gertsch & Ennik, 1983 —
Jamaica
- Loxosceles julia Gertsch,
1967 — Peru
- Loxosceles kaiba Gertsch
& Ennik, 1983 — USA
- Loxosceles
lacroixi Millot, 1941 — Costa do Marfim
- Loxosceles lacta Wang,
1994 — China
- Loxosceles laeta (Nicolet,
1849) — América do Sul,
introduzida na América do Norte, Finlândia e Austrália
- Loxosceles
lawrencei Caporiacco, 1955 — Venezuela,Trinidad, Curaçao
- Loxosceles lutea Keyserling,
1877 — Colômbia,
Equador
- Loxosceles
luteola Gertsch, 1973 — México
- Loxosceles
manuela Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
martha Gertsch & Ennik, 1983 —
USA
- Loxosceles
meruensis Tullgren, 1910 — Tanzânia
- Loxosceles
misteca Gertsch, 1958 — México
- Loxosceles
mulege Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
nahuana Gertsch, 1958 — México
- Loxosceles
neuvillei Simon, 1909 — Somália, África Oriental
- Loxosceles olmea Gertsch,
1967 — Peru
- Loxosceles
pallidecolorata (Strand, 1906) — Etiópia
- Loxosceles palma Gertsch
& Ennik, 1983 — USA, México
- Loxosceles
panama Gertsch, 1958 — Panamá
- Loxosceles
parrami Newlands, 1981 — África do Sul
- Loxosceles piura Gertsch,
1967 — Peru
- Loxosceles
pucara Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
puortoi Martins, Knysak & Bertani, 2002 — Brasil
- Loxosceles reclusa Gertsch
& Mulaik, 1940 — América do Norte
- Loxosceles rica Gertsch
& Ennik, 1983 — Costa
Rica
- Loxosceles
rosana Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles rothi Gertsch
& Ennik, 1983 — México
- Loxosceles rufescens (Dufour,
1820) — distribuição cosmopolita
- Loxosceles
rufipes (Lucas, 1834) — Guatemala,
Panamá,Colômbia
- Loxosceles
russelli Gertsch & Ennik, 1983 —
USA
- Loxosceles
sabina Gertsch & Ennik, 1983 —
USA
- Loxosceles seri Gertsch
& Ennik, 1983 — México
- Loxosceles
similis Moenkhaus, 1898 — Brasil
- Loxosceles
smithi Simon, 1897 — Etiópia
- Loxosceles
sonora Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
spadicea Simon, 1907 — Peru, Bolívia,
Argentina
- Loxosceles
speluncarum Simon, 1893 — África do Sul
- Loxosceles
spinulosa Purcell, 1904 —sul da África
- Loxosceles surca Gertsch,
1967 — Peru
- Loxosceles
taeniopalpis Simon, 1907 — Equador
- Loxosceles taino Gertsch
& Ennik, 1983 — Bahamas, Jamaica, Hispaniola
- Loxosceles
tehuana Gertsch, 1958 — México
- Loxosceles
tenango Gertsch, 1973 — México
- Loxosceles
teresa Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
tlacolula Gertsch & Ennik, 1983 —
México
- Loxosceles
unicolor Keyserling, 1887 — América do
Sul
- Loxosceles
valdosa Gertsch, 1973 — México
- Loxosceles
valida Lawrence, 1964 — África do
Sul
- Loxosceles
variegata Simon, 1897 — Paraguai
- Loxosceles virgo Gertsch
& Ennik, 1983 — Ilhas
Virgens
- Loxosceles
vonwredei Newlands, 1980 — Namíbia
- Loxosceles
weyrauchi Gertsch, 1967 — Peru
- Loxosceles
yucatana Chamberlin & Ivie, 1938 —
México,Belize,
Guatemala
- Loxosceles
zapoteca Gertsch, 1958 — México.
FONTE:
https://pt.wikipedia.org
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